Portugal tem 10 representações diplomáticas residentes na sua área geográfica (9 embaixadas e 1 escritório de representação): 3 no Magrebe, 3 no Médio Oriente e 4 no Golfo.
Ao longo das últimas décadas tem procurado reforçar e aprofundar o quadro do seu relacionamento com os países e organizações multilaterais que compõem a região do Médio Oriente e Magrebe, tanto em matéria de diálogo político como na vertente da diplomacia económica e cultural.
No plano económico, merece destaque o consistente estreitamento das relações bilaterais levado a cabo com os países do norte de África, bem como a procura do aprofundamento desta dimensão no relacionamento com os países do Golfo, incluindo no domínio das relações com o Conselho de Cooperação do Golfo
No domínio bilateral, Portugal tem vindo a privilegiar o fortalecimento da cooperação em matérias prioritárias, de que são exemplo a transição energética e o combate às alterações climáticas; a transformação digital, associada ao reforço do investimento em matéria de investigação e conhecimento; e a promoção da segurança a nível regional e internacional.
No plano multilateral, Portugal valoriza o papel desempenhado pela Liga dos Estados Árabes e pelo Conselho da Cooperação do Golfo, que representam organizações fundamentais para a promoção da estabilidade regional, apoiando, em simultâneo, o reforço das suas respetivas relações com a UE, designadamente em matéria de diálogo político.
Magrebe
O Magrebe permanece uma região prioritária no quadro da política externa portuguesa, por razões de proximidade geográfica e pelos relevantes laços históricos e culturais que nos unem.
Portugal mantém um relacionamento estreito com cada um dos países da região refletidas, nomeadamente, nas diversas visitas ao nível político e na realização regular de cimeiras bilaterais, o que tem permitido alargar a cooperação bilateral a um vasto leque de setores, designadamente ao nível científico e em matéria de mobilidade laboral, entre outros.
No que concerne aos desafios comuns, merece particular referência o empenho partilhado no domínio da transição climática, com enfoque nas energias renováveis, estimulando investimentos sustentáveis através de parcerias alicerçadas nos setores público e privado.
Diálogo Mediterrâneo
Portugal permanece ativamente empenhado no fortalecimento das relações entre a União Europeia e a região do Magrebe e o Mediterrâneo Oriental, com destaque para o reforço da integração regional através dos diversos Diálogos do Mediterrâneo, que assume relevância crescente na definição de políticas e oportunidades de interesse comum.
Ao longo dos últimos anos, a coordenação entre os países que compõem o Diálogo 5+5 e a União para o Mediterrâneo tem vindo a ser alargada, permitindo uma resposta mais coordenada e eficiente em domínios como a Defesa, Ambiente, Segurança Alimentar e Investigação Científica, numa relação que se pretende cada vez mais frutífera para os países de ambas as margens do Mediterrâneo.
Importa também destacar a relevância consagrada por Portugal e pelos seus parceiros do Sul da Europa, reunidos no formato Med9, em torno do estabelecimento de uma Parceria renovada com os países da Vizinhança Sul, designadamente na implementação plena e substantiva da Nova Agenda para o Mediterrâneo, em áreas de interesse comum como o comércio e o investimento, a energia e a digitalização.
Os mecanismos de cooperação regional em matéria migratória têm vindo igualmente a adquirir peso acrescido, sendo disso exemplo o Processo de Rabat, do qual fazem também parte parceiros do Magrebe. Nesse âmbito, Portugal tem sido defensor da centralidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais, redobrando esforços na legalização e regularização dos fluxos e no combate ao discurso da intolerância.
Golfo
Vários países da região do Golfo têm vindo a prosseguir uma dinâmica de transformação económica através de agendas estratégicas orientadas para o desenvolvimento de setores não petrolíferos, designadamente a transição energética e digital.
Nesse contexto, tem vindo a adquirir prioridade o fortalecimento das relações económicas bilaterais com os parceiros do Golfo em setores particularmente relevantes para Portugal, designadamente no domínio das energias renováveis, da transformação digital e do turismo.
Na mesma lógica, Portugal valoriza o Acordo de Cooperação UE - Conselho de Cooperação do Golfo, ao incentivar a coordenação e auscultação política e o aprofundar das relações bilaterais. Apoia, em simultâneo, a concretização da agenda de cooperação multifacetada prevista na Parceria Estratégica da UE com o Golfo, incluindo no quadro do comércio e do investimento.
Portugal tem igualmente apoiado as iniciativas regionais e internacionais que visam dar resposta aos desafios enfrentados pela região, incluindo a promoção da estabilidade política e da segurança marítima e a cooperação no combate ao terrorismo.
Médio Oriente
Portugal acompanha de perto o conflito israelo-palestiniano, consciente de que o agravamento desta fonte de tensão prejudica a paz e a estabilidade no Médio Oriente. Defende uma solução justa e duradoura para o conflito, no respeito das resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU, que possa permitir que coexistam, em paz, segurança e mútuo reconhecimento, o Estado de Israel e um Estado da Palestina contíguo, independente, democrático e viável.
Nas áreas de maior instabilidade política e no âmbito dos esforços conjuntos da comunidade internacional e dos países da região contra o extremismo e o terrorismo, Portugal defende a procura de soluções políticas, inclusivas e negociadas entre todas as partes moderadas, por forma a garantir o respeito pelas minorias e a integridade plural do tecido social e cultural que compõe a região.
Com base nesses princípios, Portugal permanece comprometido com a intensificação dos esforços diplomáticos visando assegurar uma solução de paz assente em dois Estados, objetivo que constitui, também, um ponto vital para a UE.
No plano das relações bilaterais, Portugal tem vindo a procurar ampliar as oportunidades de cooperação com os seus principais parceiros na região, nomeadamente em matérias de comércio, investimento, e transição energética e digital, visando fomentar políticas de desenvolvimento sustentável inclusivo.
Em paralelo, Portugal tem procurado estimular o diálogo entre organizações da sociedade civil e trabalhar em conjunto com os competentes interlocutores regionais no domínio da preservação e divulgação do património cultural, que constitui um desígnio fundamental para o fortalecimento do relacionamento bilateral com os principais parceiros na região.