A economia portuguesa tem vindo a internacionalizar-se de forma crescente nas décadas recentes, com uma forte aceleração do processo nos últimos anos.
Face a um enquadramento externo caracterizado pela interdependência das economias, a globalização dos mercados e a mundialização da concorrência, a internacionalização é uma inevitabilidade, obrigando as empresas a adotar estratégias que assegurem a sua competitividade num mercado alargado e lhes permitam ganhos na cadeia de valor dos produtos. Exportar é uma forma de reduzir a dependência das pequenas e médias empresas (PME) em relação aos mercados domésticos, o que reforça a sua competitividade e potencia a sua sustentabilidade a longo prazo. A venda de produtos e de serviços fora do território geográfico nacional pressupõe riscos acrescidos por comparação com a atuação no mercado doméstico, por estarem em causa atividades económicas que cruzam as fronteiras internacionais, pelo que importa conhecer as diferentes etapas deste processo e os desafios que coloca. O crescimento do comércio mundial é uma oportunidade para o contínuo aumento das exportações portuguesas, fator decisivo para o crescimento económico do país.
A internacionalização tem sido um desígnio estratégico nacional prosseguido pelo MNE há muito e concetualizado há aproximadamente duas décadas na expressão "diplomacia económica". Através da rede externa do MNE e da AICEP Portugal, sempre em coordenação, o Estado português prossegue uma estratégia ativa de internacionalização, apoiando as empresas nacionais no estrangeiro e fomentando o investimento estrangeiro em Portugal. Tal é feito através de uma multiplicidade de meios, seja através da negociação de acordos e convenções na área económica, comercial e fiscal, seja através da promoção da imagem do nosso país e dos nossos produtos no exterior, seja ainda através da criação de redes que impulsionem os nossos interesses. Neste capítulo deve ser particularmente valorizado o papel das comunidades portuguesas na promoção de laços de confiança e de relações comerciais entre Portugal e os seus países de residência, bem como no tocante ao investimento em território nacional. A presença e dimensão da língua portuguesa em todos os continentes é também um fator de aproximação de culturas, contribuindo para a internacionalização, e para uma integração das economias lusófonas, que deve ser promovida e encorajada.
No domínio das políticas públicas nacionais, merecem ainda destaque as ações desenvolvidas pela AICEP Portugal Global, E.P.E. na promoção da internacionalização das empresas portuguesas e da sua atividade exportadora, nomeadamente reuniões individuais com delegados da AICEP, que proporcionam às empresas aconselhamento personalizado, informação e conselhos sobre o ambiente de negócios, sessões de esclarecimento, workshops com especialistas, e organização e promoção da participação portuguesa em feiras internacionais.