As comunidades portuguesas no mundo são um dos mais importantes ativos estratégicos da política externa do Estado português e são a mais forte manifestação do Portugal global. Constituem a porta de entrada de Portugal no mundo globalizado e, simultaneamente, a introdução do mundo nos territórios locais e regionais. Viverão hoje no globo mais de 2 milhões de emigrantes portugueses, sendo que, se contarmos com os lusodescendentes, a população de origem portuguesa nos países de emigração rondará os 5 milhões – mais de 40% da população residente em território nacional – numa diáspora presente nos cinco continentes, que confirma a ideia da comunidade global de portugueses como ativo estratégico do maior relevo internacional.

A emigração portuguesa não apenas permanece uma constante da nossa identidade, porque continua a marcar o nosso imaginário coletivo e a nossa sociedade, mas constitui também, pela sua dimensão, pela sua diversidade e pela sua dispersão geográfica, um inestimável acervo cultural, político e económico que é nosso dever valorizar e preservar. Nesse sentido, assume-se, também nesta perspetiva, a importância de se apostar na consolidação da língua portuguesa no mundo, procurando valorizar o português enquanto língua de herança e de vinculação pátria; e reconhece-se o papel fundamental hoje desem­penhado pela diáspora portuguesa no incentivo ao crescimento económico do nosso país.

É no atendimento a estes princípios de valorização, preservação e, sobretudo, de assistência às comunidades portuguesas que se desenrola a ação do Estado português através dos seus serviços internos e da sua rede externa de postos consulares e diplomáticos, obedecendo a um conjunto de prioridades que se interrelacionam e que não esgotam, ainda assim, as possibilidades de intervenção junto de quem decidiu levar consigo Portugal para outras paragens. A política portuguesa para as suas comunidades é prosseguida tendo em vista o desenvolvimento das seguintes dimensões prioritárias:

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