Comemoramos hoje setenta e sete anos desde a libertação do campo de Auschwitz-Birkenau, símbolo do horror e da desumanidade do regime nazi.

Portugal junta-se a todos quantos se manifestam determinados a não esquecer as atrocidades perpetradas, comemorando o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e reiterando que a intolerância, a discriminação, a xenofobia, o racismo, o antissemitismo e o anticiganismo são contrários ao respeito pela dignidade humana e os demais valores fundamentais inscritos na nossa Constituição.

Comemorar esta efeméride significa perpetuar a memória para que nunca mais se repitam as práticas que caracterizaram a barbárie nazi, uma ideologia e um regime que desumanizaram e excluíram parte da Humanidade, legitimando e institucionalizando a crueldade, a tortura e a morte.

Evocamos, sem exceção, todas as suas vítimas: os judeus, os ciganos, os homossexuais, os opositores políticos, os doentes incuráveis, os intelectuais, as pessoas portadoras de deficiência.

Recordamos igualmente os atos de resistência, heroísmo e solidariedade, onde se incluem os exemplos de portugueses que, pela sua coragem e altruísmo, livraram da deportação e morte milhares de vítimas da sanha persecutória nazi: Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido, Alberto Lis-Teixeira Branquinho, José Brito Mendes e Joaquim Carreira, cuja memória está agora perpetuada no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em espaço de homenagem recentemente inaugurado.

Em 2019, Portugal tornou-se membro efetivo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, reforçando o seu compromisso para com a promoção da educação das novas gerações sobre este tenebroso período.

Um ano depois, em 2020, Portugal lançou o Programa Nunca Esquecer, que desenvolveu um amplo conjunto de iniciativas: organizando exposições, seminários e conferências; promovendo materiais e recursos educativos; impulsionando ações de formação e de capacitação; criando um Prémio Autárquico; digitalizando arquivos e testemunhos; e apoiando a produção de conhecimento, de que é exemplo a publicação, pela Imprensa Nacional Casa da Moeda, de três livros sobre as vítimas e os salvadores portugueses.

Vivemos um momento em que os sinais de antissemitismo são crescentes, juntamente com negação e a distorção do Holocausto. É, por isso, imperativo reiterar o nosso compromisso de manter viva a memória, porque lembrar, recordar, nunca esquecer é contribuir para garantir hoje e sempre os direitos humanos de todos e para todos.

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